Porque és assim?

Perguntaram-me hoje...

A pergunta, parece-me, não trazia sarcasmo ou cinismo. Não vinha munida de um duplo sentido ou profunda mágoa. Não carregava consigo um triste sorriso nem o seu tom de voz fazia suspirar de pena.

Pergunta simples. Pergunta directa....

Normalmente encararia esta pergunta como se sobre a Economia Europeia se tratasse. Riria incauta e remataria para canto com um "não faço puto de ideia".
Saberia, contudo e no meu âmago, que a resposta por mais inteligente e sabedora que fosse, terminaria numa profunda gargalhada. Porque assim vai a Economia...

O brilho nos seus olhos, fez-me considerar uma resposta.
Pintei apenas um sorriso corado e, desviando o olhar, fintei a questão.

Não percebo muito bem que tipo de resposta se espera de uma pergunta tão esquiva como esta.
Sei que já questionei, de igual forma, outras pessoas. Nunca esperei uma clara resposta. Creio até que resposta alguma seria de esperar. Apenas desabafava, sob a forma de questão, a admiração (a boa e a má) sobre uma ou outra pessoa...

Mas, como se define a pessoa?
Com/Por que valores se rege?
Como emprega ela, se emprega, os ideais? As esperanças? Como governa os seus sonhos? Como conduz a sua vida? Como se deixa conduzir?
Quem a completa? Quem a desnuda?

A pessoa não é só pessoa...

Porque eu sou quem me conhece.
Porque quem me conhece faz parte de mim.
Sou um pedaço de cada e um pouco de ti.

Sou a parte boa e a parte má.
Sou parte Sol e parte Lua.
Sou pesada como a Terra, esquiva como a água.
Sou ar, Sou vento, Sou brisa de verão.
Sou um tudo... e um pouco de nada.

É assim que eu sou...

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