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quinta-feira, 17 de abril de 2008

Empate a duas vitórias...



Ontem senti-me bem...


…tinha sido o aniversário da Ana e o pessoal da Empresa resolveu preparar-lhe uma surpresa.



Apesar de termos tirado curso parecido na mesma cidade ainda que em escolas diferentes, nunca tive o prazer de a reencontrar em situação que propiciasse uma conversa mais do que casual - daquelas que se mantêm com quem não se conhece ou se conhece pouco.


Creio que voltei a cruzar-me com ela umas quantas outras vezes em Viseu... Sempre ao longe... sempre distante... sempre envolta em conversas casuais...


Estão a fazer 5 meses que a reencontrei.

Era o meu primeiro dia na V* e fora toda a responsabilidade que sentia, por motivos que agora não vou falar, o pânico do 1º dia de trabalho envolvia-me numa miscelânea de sentimentos controversos; agitados. A embaraçosa panóplia sentimentalesca era de tal ordem desconcertante que quase me fazia parecer… calma.


Seja…


Primeira mesa do Gabinete enorme e completamente atolado em pessoas, mesas e tra-ba-lho(!)... lá estava ela.


O meu primeiro rosto conhecido.


Não pude deixar de esboçar um sorriso, arremessar-lhe dois beijos e pensar: “Ainda bem.”


Durante o jantar de Aniversário mostrámos um vídeo sobre a passagem dela pela V*.
Fotos, muitas fotos com os amigos para que, um dia mais tarde, ela se possa lembrar dos rostos, a essa data, já enrugados pela triste sina da velhice... sim, vamos envelhecer...


Não satisfeitos com a surpresa idealizada, resolvemos oferecer a vitória do Sporting sobre o que "fica bem" ou versa-vice.


Pois bem... se as lágrimas se soltaram na última nota do Dr. Zhivago de Ludovico Einaudi o mesmo não se pode dizer da escusa e reticente lágrima que teimou em não cair no último rugido do Leão.


Empate a duas vitórias... ganha a Ana e os meus Leões.


A Ana é miúda extraordinária e carrega consigo o antagonismo dos sinónimos...


Não é alta.... mas é grande. Muito grande...

É bastante tímida... mas muito extrovertida.

É de uma simplicidade apenas esbatida pela sua singularidade.


A Ana é igual a tantas outras mas diferente de cada uma.


Espero que ela se tenha dado conta do enorme carinho que todos e cada um dos seus amigos tem por ela. Ela merece...


A amizade é tudo.

Parafraseando-me a mim mesma:

“(a amizade) ganha asas… dá-nos asas. Voa e faz-nos voar.”

Se há 5 meses atrás dei comigo a pensar “Ainda bem…“ hoje era capaz de o dizer a voz alta: “Ainda bem, mesmo!”


Ontem senti-me bem porque me senti em casa.

Porque pude participar...

porque pude fazer parte...

porque pude ver o sincero reconhecimento nas faces rosadas e nos húmidos olhos de quem merecia mais... muito mais.



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